segunda-feira, abril 12, 2010

Nostalgia

Ontem perdi uma amiga. Perdi fisicamente. Continuará sempre no meu coração e a inundar o meu espírito de coisas boas e lindas. Continuará a ser sempre a minha musa inspiradora. Continuará a ser sempre a minha harpista preferida.
Bela, simples, brilhante. Foi assim que sempre foi e sempre continuará a ser a minha amiga Andreia Marques.
A notícia chegou como se de um murro no estômago se tratasse.
O dia de hoje foi difícil.
A vida prega-nos estas rasteiras. É preciso aprender a reagir. Ainda me custa reagir. Ainda estou no chão, caída, tentando levantar-me.
Levantamo-nos aos poucos, com umas ajudas, ou sozinhos. Acabamos por nos levantar, e aprender a reagir mais depressa a estas rasteiras.
Hoje o mundo está mais pobre, mas ganhámos uma estrelinha no Céu que brilha com toda a sua força, que nos indica o caminho, ainda que tenhamos as tais pedras nesse caminho.

Até sempre

terça-feira, abril 06, 2010

Saudosismos

Caminhos mudados.
Caminhos vazios.
Caminhos diferentes.
As mesmas fachadas, as mesmas paredes, as mesmas cores, os mesmos cheiros.
Mas tudo diferente.
Puxando pela memória, volto a estar lá. Naqueles corredores, naquelas salas, naqueles bancos.
Volto a sentir o frenesim dos dias de trabalho, de loucura, da vida que fiz, ali.
Quatro anos que mais parecem uma vida inteira.
Tantas histórias que esqueço, com o passar dos dias que seguem pela frente...e não me deixam recuar
Mas quando regresso àquelas paredes, àqueles espaços, parece que essas mesmas histórias voltam a acontecer.
Volto a sorrir com as lembranças.
Olhando para a foto, bate a saudade.
Aquele nó, aquele aperto no peito.
Já passou.
Foi tão depressa.
Foi há tanto tempo.
Foi ontem.

sábado, abril 03, 2010

Lisboa

É disto que falo.
É isto que me faz falta.
O trânsito.
O barulho.
A confusão.
E ao mesmo tempo, o silêncio de Lisboa.

Faz-me falta a indiferença dos que passam. O anonimato.
Passar despercebida.

Gosto de olhar para a minha rua e relembrar um campo de futebol, onde eu não jogava, mas via jogar.
Um jardim onde antes esteve um avião, em que entravamos e brincávamos. Ficar a olhar para a minha rua, simplesmente, em busca das memórias que tenho (das que me lembro e das que me tento lembrar...)
Passar nas ruas de Benfica e relembrar brincadeiras e traquinices de jovem...inconsciente. Recordar os tempos de escola e mais tarde de faculdade...

Gosto de acordar no meu quarto em Lisboa. Sentir o sol a querer espreitar pela gelosia.
O ritual do pequeno-almoço.

Passeando pelas ruas em que vivi, encontro-me. Encontro a minha vida. O que fui. O que sou.
O que sou ganha outro sentido quando estou em Lisboa. Ainda não percebi porquê, nem como. Mas é assim.
Lisboa está-me no sangue. Faz-me falta.