Podemos fazer uma lista de coisas que queremos mudar, ou refazer, ou evitar. Mas a verdade é que o novo ano é apenas uma continuação deste. A mudança não depende de um número que passa de 11 para 12. A mudança está no nosso ser, nas nossas atitudes. Não é por eu pedir um desejo (12 vezes o mesmo, ou 12 desejos diferentes) ao som das 12 badaladas, a estrear algo novo, a encher a boca de passas e a empurrá-las com espumante enquanto se salta para entrar no ano novo com o pé certo, que ele se concretiza! Mas é um ritual repleto de esperança, que por vezes substitui a nossa capacidade de agir, mudar, ser.
E é aqui que normalmente surgem as “12 resoluções de fim-de-ano”. Não as vou fazer. Não por ser do contra, mas apenas porque me parece que não tenho 12.
Pensando no ano novo que há-de vir, avistamos dificuldades, falta de dinheiro, excesso de despesas, desemprego, greves... Olhando assim, vemos um ano negro. Não é esta a visão que quero ter do meu futuro. Quero pensar positivo. Quero pensar que vou dar valor às pequenas coisas, aos pequenos prazeres, aos sorrisos, às gargalhadas, aos amigos, à família, e vou apreciar cada momento como sendo único, porque afinal, são esses momentos que fazem o nosso ano ser memorável.
Podia, por exemplo, decidir deixar de fumar, já que os preços vão subir substancialmente, mas não me apetece! É um dos tais pequenos prazeres, ou malefício, como queiram. Mas pronto, vou tentar reduzir, a bem da minha saúde... e da minha carteira...
Preciso de levar o Jonas ao veterinário, ir ao médico fazer os exames de rotina (que já devia ter feito...) e estar menos tempo ao computador. Estas são resoluções!
Pintar a sala, escrever mais vezes, telefonar mais vezes, ouvir mais música, arranjar maneira de dançar, ver o telejornal mais vezes, estudar harpa, fazer fotografia... Não são propriamente resoluções... são pequenas coisas que quero lembrar-me de fazer porque me dão prazer, que fazem de mim aquilo que sou.
Como dizia há uns tempos a uma amiga (de 12 anos) cabe-nos a nós entender os obstáculos que nos aparecem pela frente, saber ultrapassá-los, aprender a disfrutar de cada vitória, saborear os bons momentos e guardá-los na nossa memória. E cada ano que vivemos não é mais do que isso. Aprendemos a viver, e eu quero saber viver bem.
Vai ser um Feliz Ano Novo!